segunda-feira, outubro 25, 2004

Açores, 17 de Outubro de 2004

Uma gaivota voava, voava
asas de vento, coração de mar.
Como ela, somos LIVRES, somos LIVRES de voar!

Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho num campo qualqualquer.
Como ela, somos LIVRES, somos LIVRES de crescer.

Uma criança dizia, dizia:
"Quando fôr grande, não vou combater!"
Como ela, somos LIVRES, somos LIVRES de dizer:

Somos um povo que cerra fileiras
face à conquista do Pão e da Paz!
Somos LIVRES, somos LIVRES,
NÃO VOLTAREMOS ATRÁS!

Um abraço à Mariana Ardemar e ao André Não m'acredito.
E aos outros todos, que somos muitos!

sexta-feira, outubro 15, 2004

É quaze meia noite!

e, a partir de agora, começa aquela lei ridícula de termos de estar "em reflexão silenciosa" até domingo. Que nem que fosse agora em 24 horas que se ia decidir ou reflectir alguma coisa... Ridículo!
"Imbecis", chamou o dr. João Jardim, aos governantes de Lisboa! " eu peço àqueles que não votam em mim, que não votem contra mim...!", disse o dr. João Jardim.
"Têm aqui o meu numero de telemóvel, se quizerem falar comigo", disse a missionária real ! "..que me perdoem os jogadores de futebol... e o Santa Clara tem homens tão lindos!", disse a missionária real!
"Os Açores são a região mais pobre de Portugal e a quarta mais pobre da Europa", disse a imigrante Zuraida Soares.
"Eu apoio qualquer um dos partidos que ganhar".. , disse o senhor do PDA.
"...tem aqui este CD que eu quero desde já entregar..." disse Vítor Cruz, o detective.
" O senhor é que é o mordomo? Ah, pró ano o senhor é mordomo e eu também vou ser, somos os dois mordomos... tá bem?" disse, Vítor Cruz, o homem do povo.
"E eu quero convidar desde já o dr. Santana Lopes para vir aos Açores fazer a reunião do Conselho de Ministros no Palácio de Santana, quando eu fôr presidente do Governo!! " disse Vítor Cruz, o súbdito.
"A CDU é a voz que faz falta no parlamento regional", disse e repetiu Decq Mota.
"Vítor Cruz não chega aos calcanhares do Dr. Mota Amaral", disse Carlos César.
" Um médico para todos, uma escola para todos, dinheiro para todos, trabalho para todos..." disse Manuel Moniz, o tudo para todos.

E agora é que querem que nos calemos durante 24 horas? Para quê?
Eu cá amanhã vou vestir a minha t-shirt com a cara do Presidente Carlos César, e vou levar a bandeira do PS no meu carro, quando fôr ao hiper às compras. Posso?

Nunca, como nesta campanha eleitoral, o Governo da República interferiu tanto numas eleições regionais. Não me lembro, nestes 28 anos que levamos de Autonomia, de tanto Ministro, tanto Secretário de Estado, tantas inaugurações, tantas promessas nacionais, tantas assinaturas de decretos... O Governo da Republica pôs constantemente em causa o bom relacionamento a nível institucional entre Governos e desrespeitou profundamente a Autonomia destas Ilhas. Diáriamente quaze, deslocaram-se aos Açores membros do Governo da República, entre os quais o próprio primeiro ministro, que, participaram em comícios do partido a que pertencem e que entre nós é da oposição, numa atitude colonizadora e proteccionista que me recuso a aceitar. Enquanto membros do Governo da República, nenhum dos senhores podia ou devia ter vindo fazer campanha aos Açores. Enquanto filiados do PPD ou do CDS, eu não teria nada a opôr. Fizeram-no, no entanto, propositada e vincadamente como membros do Governo e isso eu recuso-me a aceitar, repito, e repudio com todas as minhas forças. Não vieram por Bem. Vieram numa atitude provocatória, eleiçoeira e de baixa política. Reprovável, profundamente reprovável. E no próximo domingo, os Açorianos vão ter mais uma vez oportunidade de dizer se têm alguma coisa a opôr. Se não, que se calem para sempre! Este, era o recado que eu pensava que ia finalmente ouvir da boca do PDA. Como sempre, enganei-me.

domingo, outubro 10, 2004

A respeito do Faial...

Gostava imenso de ter oportunidade de perguntar àquela Senhora do Faial que, no tempo de antena do PPD, disse acerca da reconstrução após o sismo de 1997, que havia no Faial tantos velhinhos que morreram sem terem chegado a ver a sua nova casa, se por acaso ela também sabe quantos velhinhos havia na Terceira que morreram, após o sismo de 1980, sem verem as suas novas casas? E gostava de perguntar também a essa Senhora se ela soube que foi o Governo do Dr.Durão Barroso que suspendeu, na ânsia de poupança nacional, o reforço das verbas que vinham para a Região para apoio à reconstrução? Não sabe, pois não, minha Senhora? Aquilo era só fervor partidário, não era, minha Senhora? Paciência, minha Senhora, paciência!
Não teres ficado calada, Evelina!!!

Eh, pá! 'brigadinha!

Nunca, como agora, me tinha sentido tão humilhada no que tenho de mais profundamente ser de Açoriana.
Ver o dr. Vitor Cruz, (eu vi-lhe a cara e o sorriso serviçal) , a anunciar aos Faialenses que o "dr. Santana Lopes não pode estar presente, mas manda dizer que hoje mesmo deu instruções específicas à ANA para que a ampliação do aeroporto da Horta se inicie em 2005" e que "o dr. Santana Lopes manda dizer que o ( por acaso esqueceu-se de dizer o novo) Departamento de Oceanografia e Pescas vai mesmo prá frente", foi um vexame!
Trazer Santana Lopes à Terceira, permitir-lhe que, daqui, em plena campanha para Eleições Regionais, aproveite para mandar recados eleiçoeiros pra Lisboa, aproveitando para tirar daí também proveitos, deixando que essa realidade seja percebida por todos, é cuspir na nossa Autonomia!
Fazer uma campanha televisiva, (narrada por uma voz irritantemente bem falante) , cinzenta, com imagens cinzentas, com prenúncios de desgraças e tragédias, psicológicamente estudada talvez para nos provocar tristeza e desânimo, é cuspir-nos em cima!
Como é possível deixar tudo para trás em nome da ânsia de ganhar, esquecer tantos anos de lutas e conquistas, a pulso, de afirmação de uma Identidade, de uma Autonomia de um Povo?! É descer muito baixo, meus Senhores. É ir demasiado abaixo daquilo que é permitido mesmo em tempos de eleições! É levar a brincadeira longe demais!
Que mais não seja por tudo isto, os Senhores vão ser devidamente castigados nas urnas! Agora, cá. Daqui a 2 anos, lá!

quinta-feira, outubro 07, 2004

Ei, "padaços d´Asnos", olhá Liberdade de expressão!

O Prof. Marcelo pediu a sua demissão de Comentador das notícias ao domingo na TVI, ao que parece, pressionado a silenciar-se.
Marques Mendes, social-democrata, deputado, ex-membro do Governo de Barroso e ex membro do governo de Cavaco Silva, acha que isto é inadmissível, acha que o seu Partido respeita a liberdade de expressão e o Pluralismo de ideias. Marques Mendes foi, ele próprio, quando ministro de Cavaco Silva, um feroz "coador" de notícias nos Orgãos da Comunicação Social, se bem me lembro.
Miguel Sousa Tavares diz que vai ouvir as razões do afastamento do Prof. Marcelo e decidirá depois se também se demite de comentar as notícias da TVI. Acrescenta que tudo isto é obra das "gentes" de Santana Lopes e que é culpa máxima do PR, que não percebeu a que tipo de gente estava a dar posse, quando viabilizou este Governo!..
Desdobram-se as declarações a esta hora. Ministros, Primeiro Ministro, gente dos "notáveis" do Ppd/PSd, jornalistas, sei lá!..
Liberdade de expressão, pluralismo de ideias? Estão a brincar comigo!
Então não é entre nós, aqui, nos Açores, que isso não existe? Então não se está mesmo a ver que isso é o que se passa por cá? É ver todos os dias, é comentadores de rádio, é articulistas de opiniãonos jornais, tudo a favor do Governo de Carlos César! Senão, Rua com eles!!!
Padáços d'Asnos!!!!!!!

quarta-feira, outubro 06, 2004

a média de Santana Lopes

Desde que "entrou" para o Governo, parece que a média de "pessoas de confiança" metidas nos serviços públicos é de 13 por dia! É Obra!

segunda-feira, outubro 04, 2004

Marcelo Rebelo de Sousa disse

que "durante os vinte anos de governo de Mota Amaral havia um projecto para os Açores. Depois, durante os últimos 8 anos, navegou-se à vista, sem obediência a nenhum projecto. Agora está na hora de voltar a haver um governo com um projecto para os Açores....." Para além de eu pessoalmente achar que o Professor está a meter a sua foice em seara alheia, permito-me perguntar se sabe (ou se pensa que nós não sabemos) que foi precisamente durante esse período de 8 anos de "navegação à vista" que foi aprovada e posta em práctica finalmente a Lei de Finanças Regionais. Navegar à vista, senhor Professor? Vá prégar para outra freguesia! O senhor nem sabe bem onde ficam os Açores, ou quantas ilhas são! A sua especialidade é o Direito e até oiço dizer que é um excelente Professor dessa Arte. Dedique-se a ela.

Ameaças e arruaças

O tom ameaçador e arruaceiro com que Vítor Cruz se dirigiu a Carlos César e a todos nós que ouvíamos o debate, dizendo da tal ameaça do Presidente do Governo a um funcionário público, aterrou-me. Mais aterrada fiquei quando, ontem, no telejornal, ouvi a dita gravação. O dr. Miguel Brilhante era um dos apoiantes independentes de Carlos César. Súbitamente, apareceu na lista de apoiantes de Vítor Cruz. É mais que natural que César procurasse falar com ele. Os termos em que o fez, não constituíram nem de longe uma ameaça. São uma conversa natural e normal. Aterrou-me que Vítor Cruz considerasse aquilo uma ameaça. Aterrou-me que Vítor Cruz pudesse pensar em tal hipótese e que a apresentasse daquela forma e naquele momento aos eleitores. Foi feio, muito feio. Lembrou-me os tempos dos Governos de Mota Amaral e os meios que então eram usados para atingir os fins pretendidos. Aterrou-me profundamente. Isto, é só uma amostra do que são capazes de fazer e do que podem voltar a fazer se algum dia voltarem a ser Governo nos Açores. Como o Francisco, na Eda, houve muitos mais. Postos "na prateleira", como então se dizia. Perseguidos, não promovidos nos seus cargos. Queria acreditar que esta nova geração do PPD nos Açores já fosse diferente para melhor. Enganei-me e isso deixou-me aterrada. Sinceramente.

domingo, outubro 03, 2004

A política baixa

Ainda me custa a acreditar que foi mesmo verdade aquilo que se passou ontem, no debate entre Carlos César e Vítor Cruz. Refiro-me à questão do CD gravado que Vítor Cruz apresentou à mesa e do relato do mesmo. Vamos a ver se nos entendemos. Falava-se na altura do facto de haver ou não haver nos Açores pressões políticas sobre funcionários públicos, por parte do Governo do Partido Socialista. (Esta questão, há uns meses atraz, foi afirmada em Lisboa, à comunicação social, por aquele senhor que fugiu para Bruxelas e que era então o Primeiro Ministro Durão Barroso, agora José Barroso). Falava-se então das pressões políticas. Nessa altura, Vítor Cruz, saca dum CD, a câmara televisiva foca as mãos de Vítor Cruz e o CD... suspense... sai a declaração da noite: "esta gravação contem uma conversa do Presidente do Governo com um funcionário público a pressioná-lo para ele não ir ao Congresso da Convenção"... Note-se, eu notei, que nessa altura Vítor Cruz disse o "Presidente do Governo" e não o "Presidente do Partido Socialista", termo com que se referiu a Carlos César durante todo o debate. São aquelas pequenas coisas que os sacanas, como eu, notam, mas que os advogados, como Vítor Cruz, fazem. Adiante. Vítor Cruz acrescenta logo para que não fiquem dúvidas: trata-se do Dr. Miguel Brilhante...ele está disposto a testemunhar e vir aqui prestar declarações... Saltei na cadeira! Quem? O dr. Miguel Brilhante? Aquele que é Formador numa Escola Profissional, que dá formação a Formadores, que trabalha(?) na Secretaria da Habitação e Obras Públicas. (Por acaso, dizem as más línguas, que ele quaze não põe os pés na Secretaria... Não sei se é verdade, as pessoas são mázinhas) . Aquele que... Não, não é esse, esse é outro. Ah, já sei!
(continua nos próximos capítulos)

O debate televisivo entre Carlos César e Vítor Cruz foi bastante elucidativo, embora pouco interessante.
Vítor Cruz entrou ao ataque, numa atitude insultuosa e provocante, preocupando-se mais em dizer o que não faria, do que em dizer o que faria se fosse Presidente do Governo. Optou pelo insulto velado e o sorriso entre-dentes.
Carlos César aparando-lhe os golpes, tentou sempre não ceder à tentação de responder às provocações e perder a Razão. O esforço que Carlos César terá tido que fazer para se conter, sendo, como é, uma pessoa de impulsos e de contra argumentação, deve ter sido enorme! Admiro-o também por isso. Carlos César demonstrou, sem dúvida, que não basta querer ser Presidente do Governo. É preciso provar que se está à altura de o ser.
A Vítor Cruz falta o perfil e a maturidade, a calma do gesto e da palavra, a serenidade de quem sabe o caminho que propõe.