sexta-feira, abril 30, 2004

A União Europeia

Digo e mantenho que devia ter sido perguntado aos Portugueses, aos Madeirenses e aos Açorianos, se queriam aderir à União Europeia. Deviam ter sido explicados os prós e os contras dessa adesão. Depois então teríamos decidido. Assim, depois de terem decidido por nós todos, já não há nada a fazer. Só aplicando a velha máxima de " contra grandes males, grandes remédios ". E não vai ser fácil.

terça-feira, abril 27, 2004

O Pombo-correio

Com a azáfama e a pontaria de um pombo-correio, anda o dr. Vítor Cruz para traz e para diante entre o Continente e os Açores, levando e trazendo as notícias, não no bico mas debaixo da asa, no rodopio desenfreado de tudo dizer e nada perder em parte nenhuma. Vai ao Beija-mão ao Primeiro Ministro, volta e traz mais uma boa-nova, salta por cima dos Órgãos próprios desta Região... E torna-se tão ridícula e ao mesmo tempo tão sinistra esta atitude do dr. Vítor Cruz de querer fazer parecer que afinal quem manda aqui é Lisboa e que ele é que vai interceder por nós, como se não existisse a Autonomia, como se não existisse um Governo Regional, como se não tivesse havido eleições e houvesse nesta Região um Governo mandatado maioritáriamente por este Povo para o governar e representar, que eu chego a pensar se o dr. Vítor Cruz e o(s) seu(s) Partido(s) estará(ão) bem consciente(s) do mal que pode(m) estar a fazer à Autonomia?! Abrir precedentes destes, de tudo fazer parecer que depende de Lisboa, de voltar a fazer pensar que tudo é preciso ir "pedir" a Lisboa, é demasiado perigoso de usar, em nome de uma simples vontade eleitoralista de vencer. Seja mais uma vez forte e bastante a vontade dos Homens e das Mulheres destas Ilhas para não deixarem que isso aconteça! Saibam os Homens e as Mulheres destas Ilhas perceber que acima de uma qualquer vontade de Poder estão os Açores e tudo o que até hoje conquistámos.

domingo, abril 25, 2004

30 anos depois da REVOLUÇÃO...

" Pergunto ao vento que passa notícias do meu País e o vento cala a desgraça, o vento nada me diz."
" Mas há sempre uma candeia, dentro da própria desgraça, há sempre alguém que semeia canções no tempo que passa."
" Mesmo na noite mais TRISTE, em tempos de SERVIDÃO, há sempre alguém que RESISTE, há sempre alguém que diz NÃO!"
Manuel Alegre

segunda-feira, abril 12, 2004

A RTP Açores e a sua nova Informação

Fiquei surpreendida com a reportagem dada hoje pela RTP Açores, acerca do veleiro que hoje saíu de Ponta Delgada com um Grupo de Escuteiros Marítimos e da cerimónia, simples e muito bonita, que antecedeu a sua partida. Esteve presente o Dr. Vasco Cordeiro, em representação do Presidente Carlos César e o patrocínio deste evento foi exclusivamente da Presidência do Governo Regional. Isto mesmo foi enaltecido no discurso que o Chefe do referido Grupo de Escuteiros proferiu. O Dr. Vasco Cordeiro, em nome do Presidente do Governo, também falou. Nem a sua presença, nem o seu discurso, nem o discurso do Chefe dos Escuteiros, nem o apoio dado pela Presidência do Governo, foram referidos pela jornalista Teresa Nóbrega que lá estava a fazer a reportagem. Porquê?
Noto que a orientação dada à informação da RTP Açores, desde que o sr. Osvaldo Cabral assumiu a sua direcção, mudou tendenciosamente. E mudar tendenciosamente, não é ser ISENTO!

Se alguém se lembra, diga-me, por favor.

Vi ontem ou hoje nas "Memórias" do arquivo da RTP-A, que fazia 11 anos que tinha havido o incêndio na Secretaria Regional (então) da Habitação e Equipamentos. Lembrei-me que nunca cheguei a saber qual foi a conclusão do inquérito que então foi aberto para se detectar as causas daquele incêndio. Alguém se lembra de qual foi a conclusão a que chegaram?

quinta-feira, abril 08, 2004

"Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades..."

Já escrevia Camões, e é bem verdade. Vem isto a propósito das imagens que hoje vi na televisão do regresso de tropas portugueses que estiveram 5 meses no Iraque. Ao fim de 29 anos, não é que ainda se me toldam os olhos e correm as lágrimas quando vejo o reencontro dos militares com as suas famílias e a alegria que sentem?! "Ele foi para o Iraque, porque foi essa a sua vontade e é isto que ele quer, mas custa muito..." dizia, a chorar, uma das mulheres de um GNR agora regressado. Como se mudam os tempos e, sobretudo, as vontades! Pobre geração, a minha. E ainda há quem pense que votar não serve de nada!! Abram os olhos, meus amigos, acordem!!

domingo, abril 04, 2004

Um pouco de História

..... " Era assim Ponta Delgada quando a Alemanha delarou guerra a Portugal em Março de 1916. O primeiro sinal do conflito foi a apreensão de vários barcos alemães ancorados no porto, entre os quais o que depois sob o nome de LIMA serviu o arquipélago durante dezenas de anos como transporte de passageiros. Outra consequência que se seguiu a breve trecho foi a transformação do passeio da Mãe de Deus, colina ajardinada a dois passos do Relvão, num fortim para defesa da cidade, aliás muito precária porque a única peça de artilharia que lá se instalou era de pequeno calibre. Para o efeito teve de ser demolida a ermida que dava o nome ao local e era como um aceno da cidade a quem vinha de longe, demolição que os habitantes nunca viram com bons olhos, tomando-a por um desacato aos seus sentimentos religiosos.
A guerra começou então a rondar o arquipélago, com notícias de afundamentos de barcos mercantes por submarinos alemães nas vizinhanças...."
...." vieram a saber que se tratava do ataque de um submarino alemão e, correndo ao adro de S.Pedro, o ponto de observação mais acessível sobre o mar, ainda avistaram ao longe o clarão de um tiro disparado sobre o barco do Mansinho, que navegava na rota de Santa Maria. A defesa da cidade fora obra do transporte de guerra americano Orion que disparando constantemente sobre o submarino o impedira de acertar a pontaria, ao mesmo tempo que o obrigava a afastar-se. (O Orion achava-se em Ponta Delgada a sofrer reparações na hélice, tendo por isso a popa, armada com uma peça de artilharia, mais alta que o quebra-mar)." ..." A cidade ficara incólume, enquanto nas Fajãs tinham caído numerosas granadas que ocasionaram um morto e vários feridos."
"Foi a única acção de guerra contra os Açores, sem dúvida porque daí em diante as armadas norte-americanas enxameavam os seus mares em demanda da base naval de Ponta Delgada. Porém a cidade do Funchal havia de ser novamente bombardeada, com mortos e feridos.
A base naval americana, instalada em 1917, ficou sob o comando do almirante H.O.Dunn, com o quartel-general no largo de S.Pedro, situando-se no Campo Açores, às Pedreiras da Doca, um acampamento militar de casernas pré-fabricadas. A mais sensacional novidade que os Norte-Americanos trouxeram foi a base de hidroaviões instalada no varadouro junto ao forte de S.Brás. Era do aterro do Corpo Santo que lhe ficava ao lado que os Micaelenses assistiam à montagem das oficinas e, logo a seguir, dos pequenos hidros de dois lugares que deslizavam pelas águas do porto para irem levantar voo por alturas de S.Pedro. Com que indizível pasmo viam máquinas voadoras pela primeira vez, ágeis como andorinhas, a que também se podiam comparar pelo tamanho, vistas à distância! "...
in "Ponta Delgada 450 Anos de Cidade", Fátima Sequeira Dias, p. 115, 116
Texto de Manuel Barbosa, "Memórias das Ilhas Desafortunadas".

Cabo Verde também,

tal como os Açores e a Madeira, segundo reza a História, não era habitado, quando chegaram lá os Portugueses e os povoaram, há (quaze) 600 anos. É obra!

E a respeito disso...

Tenho acompanhado atentamente a visita do Presidente da República Portuguesa a Cabo Verde. A serem verdadeiras todas as notícias que a Comunicação Social que o acompanha tem dado, aquele País, de 10 ilhas, tem andado bem! Já vai deixar o "grupo dos países pobres" para entrar no dos "países em desenvolvimento", QUER entrar para a Europa ultraperiférica, com um estatuto especial, é certo, por ser um País independente. Para isso, conta com o apoio incondicional de Portugal e de mais alguns Países europeus, entre os quais a Espanha (cuidado, Cabo Verdianos, com as Pescas!). Segundo o Açoriano Oriental de hoje, Cabo Verde tem vindo a crescer a um ritmo de 5% ao ano e tem, neste momento, um Produto Interno Bruto de 1500 euros por habitante, o que representa 6 vezes menos do que o Produto Interno Bruto nos Açores. A favor de Cabo Verde estão vários aspectos, como sejam, a sua raíz cultural (afro-europeia) , uma democracia estabilizada, uma inflacção inferior a 1 por cento, um défice orçamental que quaze cumpre os critérios europeus.
Quem se lembra, como eu, de como era Cabo Verde antes da Independência, conclui imediatamente que o que faltava a Cabo Verde era mesmo ser independente. Porque quem se lembra, como eu, que Cabo Verde não passava de umas lindas (mas pobres) 10 ilhas no meio do Atlântico, que viviam pobres, sufocadas por um Estado (também pobre, mas pesado), só pode concluír isso. Ou é mentira?
O que dirão e pensarão esses tantos Velhos do Restelo e Intelectuais Pensadores que por aí abundam?

E ainda a respeito das Europeias...

Durão Barroso declarou hoje, a respeito da "inclusão" de um deputado Açoreano nas listas do PSD em lugar elegível, que agora falta nomear também um deputado pela Madeira e que este facto "prova" que está aberto às regiões autónomas e que não as pretende excluír da colaboração e cooperação com o todo nacional. Obrigadinha ao senhor, seja pelo amor de Deus pelas almas, que se não fosse isso a gente não conseguia chegar lá! Apeteceu-me dizer (e disse, bem alto), ao abrigo da minha casa, para ele ir bugiar. Com todo o respeito institucional que me merece o Primeiro Ministro, mandei-o bugiar! Estou farta de esmolas!!! Toma lá o doce e cala-te! Mas porque será que NOS sinto sempre pedintes quando aquele senhor abre a boca para NOS falar ou falar de NÓS ???!!! Deve ser complexo meu....

O candidato do PSD para as Europeias

O Dr. Duarte Freitas, Picaroto ou Picoense de gema, natural daquele tal concelho do Pico que não vinha no "célebre mapa", S. Roque do Pico, é a aposta da Direita para representar os Açores(?) no Parlamento Europeu. Se fôr eleito, ficarei atentamente a ver a sua posição em relação aos interesses dos Açores. No que respeita às Pescas, como não assumiu públicamente como deputado regional nenhuma posição convicta, a não ser a irritante colagem às posições do actual Governo de Lisboa, quererei ver, ao abrigo do novo estatuto de deputado europeu, se o fará. No que respeita à Agricultura, como antigo Presidente da Associação de Agricultores da Ilha do Pico (nos tempos dos governos PSD's) , calculo que conheça bem por dentro o sector. Embora também, como deputado regional, não o tenha visto assumir declaradamente posições convictas ou defender ideias a esse respeito. Nos restantes assuntos, veremos, se fôr eleito, como se comportará. É que, até agora, o Dr. Duarte Freitas era todo "Pico,Pico,Pico", mas também como era eleito pelo Pico, ninguém podia estranhar. Embora o PSD, sabendo desse "malzinho", tenha vindo a trazer o Dr. Duarte Freitas muitas vezes a S.Miguel e à televisão, para a gente se ir habituando a ver a cara dele e, sobretudo, o ir habituando a ver as nossas caras... É que, se fôr eleito, vai ter de aprender a ser "Açores,Açores,Açores", S.Miguel incluído...Vou ficar atenta a ver se consegue....

sábado, abril 03, 2004

O menino que não podia brincar com armas

- Papá, aquele senhor está com uma arma apontada para mim e diz que eu lhe dê a minha bola de futebol!
- Hum, quem é o senhor?
- Aquele ali, não vês? Está ali mesmo a olhar para aqui!
- Ah, sim. Já vi. O que é que queres que eu faça?
- Fala com ele e diz-lhe que a bola é minha.
- Eu? Mas este rapaz não é bom da cabeça!? Quero cá saber da tua bola de futebol! Desemerda-te, que já és grande!
- Eu já falei com ele, mas ele não me ouve!
- Ah, não ligues, filho. Olha, o melhor é dares-lhe a bola. O papá depois, quando puder, compra-te outra.
- Não. Não quero. Esta bola é minha e aquele senhor é que não devia ter a arma apontada para mim para me tirar a bola.
- Não sejas teimoso. Vá, dá a bola ao senhor e vamos embora. Não faças barulho!
- Papá, não tens aí a tua arma? Aponta-a para ele e vê se o assustas! Pode ser que ele desista...
- Já te disse, filho, que não se brinca com armas. É melhor calares-te. Deixa o senhor levar a bola e vamos embora.
- Então dá-me a arma, que já vais ver o que é que eu faço!
- Não, filho, ainda és muito pequeno para brincar com armas!

Final da "estória" ? Ou o menino, como o papá lhe disse, ficou sempre pequenino para brincar com armas, ou o menino, como o papá também lhe disse, era grande e "desemerdou-se".

Podem escolher um dos finais. Pelo que vejo, há gostos para ambos entre nós.