sábado, abril 03, 2004

O menino que não podia brincar com armas

- Papá, aquele senhor está com uma arma apontada para mim e diz que eu lhe dê a minha bola de futebol!
- Hum, quem é o senhor?
- Aquele ali, não vês? Está ali mesmo a olhar para aqui!
- Ah, sim. Já vi. O que é que queres que eu faça?
- Fala com ele e diz-lhe que a bola é minha.
- Eu? Mas este rapaz não é bom da cabeça!? Quero cá saber da tua bola de futebol! Desemerda-te, que já és grande!
- Eu já falei com ele, mas ele não me ouve!
- Ah, não ligues, filho. Olha, o melhor é dares-lhe a bola. O papá depois, quando puder, compra-te outra.
- Não. Não quero. Esta bola é minha e aquele senhor é que não devia ter a arma apontada para mim para me tirar a bola.
- Não sejas teimoso. Vá, dá a bola ao senhor e vamos embora. Não faças barulho!
- Papá, não tens aí a tua arma? Aponta-a para ele e vê se o assustas! Pode ser que ele desista...
- Já te disse, filho, que não se brinca com armas. É melhor calares-te. Deixa o senhor levar a bola e vamos embora.
- Então dá-me a arma, que já vais ver o que é que eu faço!
- Não, filho, ainda és muito pequeno para brincar com armas!

Final da "estória" ? Ou o menino, como o papá lhe disse, ficou sempre pequenino para brincar com armas, ou o menino, como o papá também lhe disse, era grande e "desemerdou-se".

Podem escolher um dos finais. Pelo que vejo, há gostos para ambos entre nós.