A Língua Portuguesa é difícil.
É difícil, mas não é impossível!
Por exemplo, não se diz um "baixo-assinado". Diz-se um abaixo-assinado. As pessoas que subscrevem um texto, assinam "abaixo"do mesmo. Não "baixo" do texto.
Também não se diz "ocorreram" muitas pessoas ao local... Diz-se "acorreram". Será assim mais ou menos: "acorreram"muitas pessoas ao local X, porque na altura"ocorria" o acontecimento Y. Acorrer e Ocorrer. Dois verbos muito parecidos, mas muito diferentes!
A adesão e a aderência. Esta, foi das últimas que ouvi. "Felizmente tem havido muita aderência por parte das pessoas..." Não é aderência. É adesão. As pessoas não podem ter aderência a nada. Podem aderir, mas não têm aderência. Têm adesão. Aderem. Há pavimentos, por exemplo, que têm uma boa aderência. Há colas, fitas-cola, pneus na estrada, com boa aderência. Pessoas, não.
11 Comments:
Ui! O que eu sofro com os erros de português! E então quando eles aparecem "escarrapachados" nos rodapés dos noticiários! Ui! Ui!
Apoiado! Sempre me irritaram os erros de português, embora também por vezes meta o pé na poça!
Sim, concordo plenamente com o facto de certos erros gramaticais provocarem um arrepio. Então proponho um pequeno exercício a todos nós: desçamos um pouco este blog, e vamos ler com muita atenção o artigo "Choque de Gerações" "Casa dos Açores" e a delicadeza dos Terceirenses". Então minha cara Maria do Céu, atrave-se a escrever um artigo sobre erros gramaticais, e faz-me uma coisa destas? "Sózinha" não existe, mas sim "sozinha". "Quaze"? Não será "quase"? Os adevérbios de modo que acabam em "mente", antigamente escreviam-se com acento, mas era com acento grave. Por exemplo, o advérbio de modo de "irremediável", seria "irremediàvelmente". Para o advérbio de "lógico", escrevia-se, logicamente, "lògicamente".
São muitos erros para eu achar que foram distracções.
Eu nem ia dizer nada, mas foi mais forte do que eu...(Vejam lá que o blog nem é meu! Mas achei que isto não devia ficar sem resposta)
Caro Rodrigo de Sá: não seja tão purista em relação aos erros gramaticais, sobretudo quando não são erros "ai jesus" como eu lhes chamo. Erros "ai jesus" são os referidos pela Maria do Céu: "baixo-assinado" em vez de "abaixo-assinado"; "ocorreram pessoas" em vez de "acorreram pessoas"; "aderência das pessoas" em vez de "adesão das pessoas". São erros graves porque comprometem a compreensão do discurso, em última análise, o discurso deixa de fazer qualquer sentido.
Mas erros gráficos como "quizer" em vez de "quiser", "lògicamente" em vez de "logicamente" e "sózinha" em vez de "sozinha", não são erros "ai jesus". Em que é que eles comprometem o discurso? Em nada. O discurso continua a fazer sentido! Já não se escreve assim? Pois não! Mas não foi há muito tempo (em termos de evolução linguística)que esta era a grafia "correcta" dessas palavras! Dizer que estes "erros" são erros é quase o mesmo que corrigir os textos de Gil Vicente, traduzindo-os para português contemporâneo! (Maria do Céu: não estou a chamar-lhe velha! lol)
Com a evolução constante da língua, daqui a alguns anos as pessoas dirão "hádes" em vez de "hás-de" e "hadem" em vez de "hão-de" e nós, se ainda formos vivos, é que vamos ser "acusados" de cometer erros gramaticais, porque continuaremos a escrever como aprendemos. Por exemplo, dizer "tu fostes" em vez de "tu foste", por muito que arrepie, até é um erro compreensível se fizermos a analogia com a 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo em latim! Não é bem um erro, é uma forma que deixou de se usar! Erros sintácticos, esses sim, são os verdadeiros erros "ai jesus" (são mais, até, erros "valha-nos Deus!")porque esses são os que conseguem minar por completo qualquer discurso!
Conclusão: porque não perdemos o nosso tempo a corrigir erros a sério, para o bem da língua portuguesa?
P.S. - Se fosse a si teria, antes de publicar o comentário, corrigido "adevérbio". Como escreveu "bem" advérbios logo a seguir, julgo que tenha sido um lapso momentâneo...
www.cromossomaxis.blogspot.com
A Sandra até tem razão naquilo que diz. De facto não compromete a compreensão do discruso se escrevermos "quaze" em vez de "quase". E se for um texto para ser lido, quem o for ouvir nem dá por nada. Mas a questão é que são erros ortográficos. Se os tivesse lido noutro contexto qualquer, não teria dito nada. Mas no contexto em que foi, num texto escrito por uma pessoa que tinha outro a respeito de erros de português, tinha de chamar à atenção quem de direito (ou de dever).
Ainda a respeito de erros de português de hoje em dia, que comprometem, ou não, a compreensão do discurso convido-a a ir ler um pequeno texto que tenho no meu blog "Gramaticalidades".
http://danialice.blogspot.com/
Ai que a gente se vai chatear! Então e se agora eu começasse a escrever Sãdra? Ou então Maryana? Ou até mesmo se quizeçe? Maz promto, esquessam lá estas desavenssas, eu só quiz xamar as coizas pelos nomes sertos, i escrevêlas da maneira que me encinaram. I sabes bem, Maryana que tenho muito respeito pelo meu profeçor do 1º siclo.
p.s.- depois de tantos erros neste texto, aconselho uma aspirina que está à vossa espera numa pharmàssia :)
Apesar destas pequenas "desavenças" linguísticas, gosto do sentido de humor do Rodrigo! lol
E já pensou se outras guerilhas, guerras e desavenças se resolvessem com uma gargalhada?
Isso por vezes é "d'arder"! E logo agora que tinha, intimamente, sentido enorme alegria por este teu regresso com regularidade.
Força. "Dá-lhe prá chapa"!
Meu caro Rodrigo: eu não sou obrigada a seguir o acordo. Se eu quiZer, posso (e vou) continuar a escrever como aprendi há quaZe 50 anos atraZ quando aprendi com professores que eram, seguramente, tão bons como tu és. Aliás, se eu quiZer, basta-me obedecer ao computador, que impiedosa e insistentemente me corrige exactamente nos mesmos pontos que referes. Era portanto fácil e nem seria preciso voltar aos bancos da escola. Não o faço simplesmente porque não quero. De qualquer forma, obrigada pela tentativa de fazer de mim uma sua aluna. A minha Avó também escrevia "Pharmácia" em vez de farmácia e morreu assim. Comigo, será igual.
Como eu já tive oportunidade de me explicar a alguém que bem conhecemos, sabendo que a Dona Maria do Céu é a mãe desse mesmo alguém, todos os erros que apontei tornam-se compreensíveis. Não por ser quem é, mas pela idade que tem. Aliás, partilho da sua opinião: mas porquê estarmos a mudar sempre a forma de escrevermos? A Maria do Céu aprendeu a escrever quizer, eu aprendi quiser. Agora há quem escreva "estresse", ou "stresse". O novo acordo prevê isto. Mas eu, Deus me livre. Para já evito sempre o "stress", mas às vezes não fujo à ansiedade, ou aos nervos. Nervos dá-me é quando vejo a palavra "dossiê". Será que já pensaram que "pasta" serve para o mesmo, e escusamos de usar termos estrangeiros?
A Língua Portuguesa pode ser difícil, mas é muito bonita... e é a nossa.
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