Ao meu Padrinho João Bernardo de Oliveira Rodrigues
A notícia hoje publicada no Açoriano Oriental acerca do convite endereçado pela Irmandade do Senhor Santo Cristo a Durão Barroso para se incorporar na procissão de Domingo, faz-me pensar com um certo temor se esta gente saberá avaliar onde fica o ponto de equilíbrio entre aquilo que é humanamente aceitável e aquilo que é tremendamente abusivo do nosso entendimento.
Habituei-me, de pequenina, a ver a Irmandade na Procissão do Domingo do Senhor Santo Cristo, com a Figura austera e ao mesmo tempo tão prazenteira do meu Padrinho João Bernardo ao centro. De pequenina, habituei-me a respeitar a Irmandade. Gente de Bem, escolhida a dedo, dos melhores entre os melhores, era o que me diziam.
Aos poucos, todo o imaginário que fui tentando trazer comigo desde criança, tem vindo a morrer. Receio sériamente morrer sem nada do Passado. Vazia.
Já tenho 54 anos.
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